O marqueteiro ou marqueteiros que concordaram com a proposta da TV Meridional, de Porto Velho, e confirmaram a presença dos assessorados no primeiro debate do 2º turno da eleição ao governo de Rondônia quinta-feira (9/10) deveriam doar os honorários a entidades assistenciais.
Ora! todo "papa sereno", apelido dado ao vigia noturno que trabalha sem carteira assinada na atividade de segurança patrimonial na cidade, sabe que a audiência da emissora no interior é baixíssima e a eleição do 2º turno é para governador e não para eleger prefeito.
Ao aceitar o que a produção da emissora denominou de "debate" entre os candidatos Confúcio Moura (PMDB) e Expedito Junior (PSDB), os marqueteiros revelaram desconhecimento sobre o fato e a reclamação generalizada dos telespectadores da maioria dos outros 51 municípios do Estado que não conseguiam captar o sinal da emissora.
Principalmente os marqueteiros da coligação "Rondônia no Caminho Certo", cuja presença do candidato nos estúdios era perfeitamente dispensável pelo fato de haver vencido no 1º turno na capital. É fácil intuir, então, que, se a audiência qualitativa da emissora não ultrapassa a divisa com o município de candeias do Jamari, a 30 km da capital de Rondônia, não se justificava de maneira alguma a exposição dos candidatos numa refrega de ataques mútuos e pouca produção de propostas do interesse do eleitor.
Aliás, na capital só interessava mesmo a Expedito Junior. Nem a justificativa de que Porto Velho é o maior colégio eleitoral do Estado era argumento plausível e convincente para definir a participação do candidato Confúcio Moura, por exemplo, no embate.
A menos que desprovidos de boas ideias, o objetivo dos marqueteiros fosse apenas produzir subsídios para alicerçar o roteiro dos próximos programas de televisão, estes sim, para veiculação por meio das emissoras que transmitem sinal em rede para todos os municípios com níveis de audiências aceitáveis na reta final de uma campanha.
O desapontamento de telespectadores do interior, indignados por não conseguir sintonizar a emissora é relevante na medida em que o fato deve ter-se repetido em centenas e milhares de lares. Fica o alerta e a convicção de que, ressalvada a boa intenção do "Toinho do Acre", espécie de guru político de Marina Silva e autor da proposta da inclusão de passeatas de bicicletas em campanhas eleitorais, o que se vê muito em Rondônia é a ação de "marqueteiros de cicleatas", que desconhecem o próprio cenário em que trabalham e submetem por isso os assessorados a verdadeiros vexames!
Abdoral Cardoso